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Crônica Inédita de Lima Barreto é Descoberta e Publicada

  • João Marques Lopes
  • 20 de set. de 2015
  • 2 min de leitura

Por João Marques Lopes

Pesquisador da Fundação Biblioteca Nacional

Tendo em atenção o trabalho exigente e sistemático de Beatriz Resende e Rachel Valença na edição dos dois volumes de Toda a crônica, de Lima Barreto (Agir, Rio de Janeiro, 2004), não seria de esperar que ainda houvessem crônicas ou esboços de crônicas do escritor carioca por identificar (e, consequentemente, por publicar).

Embora a jusante da nosso projeto de pesquisa, que consiste na “Recepção de Lima Barreto em Portugal: a documentação na Fundação Biblioteca Nacional (1909-1922), foi, portanto, com grande surpresa e alvoroço que, ao manusearmos uma pasta com seis tiras manuscritas e autógrafas de Lima Barreto, catalogada por Darcy Damasceno como “Pequeno Almanaque de Celebridades”, nos deparámos com duas crônicas desconhecidas.

Uma, intitulada “Portugueses em África”, está completa e centrava-se na denúncia de massacres de tribos índigenas então cometidos pelo colonialismo português nas possessões africanas no âmbito da campanha do Cuamato em 1907. Augurava mesmo a eventualidade de futuros movimentos independentistas negros.

A outra, cujo título seria aparentemente “Os jornais”, está incompleta e o tema é o impacto do assassinato do Rei D. Carlos na imprensa carioca. Impacto esse que Lima Barreto taxava de desmesurado e apenas compreensível à luz do então domínio do jornalismo do Rio de Janeiro por capitalistas da colónia portuguesa na cidade.

Embora não estejam assinadas ou datadas, a caligrafia não deixa dúvida quanto à sua autoria por parte de Lima Barreto e existem indicadores que permitem situar com certeza tanto a data quanto o lugar de publicação a que se destinavam, sobretudo no caso da primeira crônica.

Com efeito, “Os portugueses em África”, cujo original consta de três tiras manuscritas, autógrafas e numeradas, comporta no verso da última tira uma anotação a referir que “devia ser publicada na A Floreal” e no canto superior esquerdo da primeira página tem a indicação da coluna “Echos” a que se destinava nessa mesma revista. Trata-se, pois, de um texto escrito nos últimos meses de 1907.

Mas o mais importante não tem a ver com tais minudências, mas sim com a divulgação e a leitura destas duas crônicas que jaziam esquecidas e desconhecidas no Fundo Lima Barreto da Divisão de Manuscritos da Fundação Biblioteca Nacional.

Leia publicação completa no sítio da Fundação Biblioteca Nacional


 
 
 

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