Chico Mendes is Rumbling in the Jungle
- letrapixfestival
- 16 de dez. de 2014
- 2 min de leitura
Hoje no aniversário de nascimento de Chico Mendes é importante perceber um fator que dificilmente muda em relação ao Brasil: o olhar estrangeiro.
O telefilme Burning Season, 1994 de John Frankenheimer é um grande exemplo de filme que se passa no Brasil onde absolutamente ninguém fala português e os atores são todos hispânicos.
Investigando esse processo contínuo de interpretação, que teve força na aproximação dos EUA na política de boa vizinhança dos anos 40 onde foi criado por Walt Disney o personagem Zé Carioca, o Brasil continua sendo um mistério no cinema.
Há dez anos com a indicação ao oscar de Cidade de Deus que o mundo, e especialmente os norte americanos, deixaram de imaginar o país como uma grande selva de mulheres semi nuas e jogadores de futebol.
Agora ainda persiste o modelo do Brasil favela-exótica que se encontra em filmes que não tem maiores pretensões além de entretenimento como a sequência inicial do O Incrível Hulk com Edward Norton e o bizarro Bem Vindo à Selva com um bizarro Christopher Walken.
Dessas evidências que a cineasta Lúcia Murat realizou seu documentário Olhar Estrangeiro que conta com depoimentos hilários e uma participação muito especial de Michael Cane sobre aquele filme que se passa no Rio de Janeiro nos anos 80 com a Demi Moore.
Entre outros filmes muito engraçados que recebem apoio e financiamento do governo brasileiro para criar "relações de mercado" podemos citar Os Mercenários onde Sylvester Stallone mandou um recado para o povo brasileiro depois de terminar o filme, na ComicCon, "os brasileiros são muito legais, vamos lá filmar, explodimos tudo e eles ainda nos dão um macaco", e um desses da série Velozes e Furiosos (por curiosidade a série que é mais exibida na tv a cabo brasileira com cerca de 24 inserções mensais, em média).
O engraçado no entanto, talvez triste, é que o trabalho do seringueiro Chico Mendes seja reconhecido mais no exterior do que no Brasil. Talvez seja a hora de produzir um sequel de Amazônia em Chamas onde guerreiros do jiu-jitsu organizam um grande assalto durante o carnaval saindo do Rio de Janeiro para a Amazônia vingar o legado de Chico Mendes, já que abaixo da linha do equador, o cinema daqui para lá, não precisa ter muita relação com a realidade.

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